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INSTALAÇÃO ARTÍSTICA MARCA OS 10 ANOS DA CIA. MATHEUS BRUSA
 
 Com importantes prêmios nacionais, a companhia de dança criada em Caxias do Sul se destaca pela mistura estética e poética de movimentos corporais a elementos cênicos

Para marcar um período de 10 anos de significativas conquistas e reconhecimento na área da dança no Brasil, a Cia. Matheus Brusa, de Caxias do Sul, prepara uma instalação artística confirmada para permanecer de 12 a 28 de agosto no primeiro piso do Shopping San Pelegrino. Com recursos do Financiarte, a mostra terá a atmosfera e a linguagem que caracterizam o trabalho da premiada companhia de dança contemporânea.

A exposição será composta por cenários, figurinos, fotografias, iluminação, vídeos e instrumentos musicais, tendo o caráter de uma mostra interativa. “Os vídeos estarão passando durante toda exposição, em looping, e serão compostos por partes do arquivo coreográfico, assim como um vídeo release, que contará com depoimentos dos bailarinos e músicos da Cia., de professores e incentivadores, produzido exclusivamente para marcar esta primeira década de atuação”, conta a produtora cultural Katherine Brusa.

No mesmo ambiente da instalação, o elenco da Cia., formado por Daiane Kerber, Isadora Martins, Diego Santos e Natália Colombo estará apresentando alguns dos trabalhos cênicos já realizados, instigando o público a permear entre as obras. Dentre as pesquisas coreográficas selecionadas para participarem da mostra estão Arvisível (vídeodança), Excesso (vídeodança), Léxico, Electrões, Osteócitos, Sistema Colateral, Centímetro e Gaudério.

“A Cia. entende que o formato de exposição vai proporcionar ao público visualizar e perceber o trabalho de outra forma, afinal estaremos fazendo uma inversão de contexto, ou seja, é a área do movimento inserida em uma atmosfera de artes visuais, de exposição artística de obras fixas que, no caso, são flutuantes”, explica o diretor Matheus Brusa.

A instalação artística e interativa vai permanecer aberta à visitação do público no horário normal de funcionamento do shopping, das 10h às 22h, e terá uma série de fotografias de algumas das coreografias de maior destaque do grupo, registradas por vários profissionais da área, como Maurício Concatto, Claudio Etges, André Susin e Antonio Carlos Lorenzett.

MAIS SOBRE A CIA. MATHEUS BRUSA – Fundada em 2006 através do estudo da fusão de linguagens artísticas, a Cia. Matheus Brusa atua como companhia de arte contemporânea tendo como foco a dança com considerável influência das artes plásticas, do vídeo e da trilha sonora específica, sendo quase em sua totalidade executada ao vivo em suas apresentações. Em seu repertório, conta com a montagem de 10 espetáculos com suporte em mais de 30 pesquisas móveis, flutuantes e abertas a atualizações. Ao longo de 10 anos conquistou vários prêmios, dentre eles a aprovação de projetos em seis editais Financiarte (Prefeitura de Caxias do Sul), três prêmios no edital Klauss Vianna – Funarte e dois projetos aprovados nos programas Dança e Videodança do Rumos Itaú Cultural. Entre os eventos em que participou como Cia. convidada estão o Porto Alegre em Cena, a Mostra Estímulo e a Noite dos Campeões do Festival de Dança de Joinville, com apresentaçoes no Teatro Juarez Machado, em Joinville e no Teatro Ibirapuera, em São Paulo, além da Mostra Internacional de Dança, em Capinzal.

 
ENTREVISTA COM MATHEUS BRUSA

A dança contemporânea tem mais autonomia em relação às outras modalidades, incluindo métodos e procedimentos de pesquisa, e não necessariamente técnicas definidas e movimentos específicos. Como tu percebes a evolução do teu próprio trabalho e dos integrantes da Cia Matheus Brusa?

Matheus Brusa: O início da companhia foi bastante intuitivo tanto na questão de pretensões profissionais de estrutura, quanto nas questões da contemporaneidade em relação a processos de pesquisa e composição. Como consequência da pós modernidade, fui experimentando na companhia. Os primeiros trabalhos tinham um caráter de virtuosismo e condicionamento físico, mas também um caráter mais híbrido, numa fusão da dança com o teatro. Quando comecei a compreender melhor as questões da dança contemporânea, pude iniciar um processo que considero interminável: o do equilíbrio entre as questões necessárias para esse gênero. Muitas das pesquisas nos acompanham desde o primeiro ano de fundação da companhia, nos fazendo perceber qual a linha estética e de pesquisa da companhia. A pesquisa que mais me auxiliou nessa consciência de composição artística foi ‘Centímetro’, pois a partir dela consegui perceber melhor que trabalhávamos não só com hibridismo e mestiçagem de linguagens, mas também com pequenos movimentos, assim como pequenos corpos como, por exemplo, mãos, pés e rosto, que são corpinhos dentro de um grande corpo e que tem um potencial muito forte. Isto nos auxiliou a entender que a evolução dos bailarinos dentro da companhia vem automaticamente acompanhada deste isolamento por obra, ou seja, trabalhar com partes isoladas do corpo, mapeando as coisas separadamente e tirando um pouco da ansiedade da companhia como um todo, entendendo que a dança trabalha com movimento.

Que importância a Cia tem para a formação dos bailarinos?

MB: Acredito que a companhia seja de extrema importância para os bailarinos que trabalho ou já trabalhei, não só pela questão citada acima, mas também por deixar bem claro o que se pretende em cada pesquisa, essa abertura para algo constantemente mutável, sempre através de um alto nível de aprofundamento nas temáticas abordadas, sendo então trans-formador considerável para intérpretes criadores.

Quais situações e/ou momentos foram um "divisor de águas" no trabalho da Cia?

MB: A evolução vem numa constante bastante linear desde 2006, porém, temos alguns momentos que realmente ficam em destaque na história da companhia. Em 2007 iniciei meu segundo solo como intérprete criador, baseado em um texto de um dos livros do filósofo e escritor Gilmar Marcílio, e que está presente nas obras da companhia durante os 10 anos. Este trabalho intitulado ‘Silêncio dos Fatos’ foi a primeira obra da companhia a possibilitar visibilidade e consistência da assinatura artística do trabalho, pois a mesma foi selecionada em dois importantes contextos da dança brasileira: o Festival de Dança de Joinville, tendo um caráter mais popularizado e comercial, e o programa Rumos Dança do Itaú Cultural, com um caráter mais conceitual. Em outro momento, no ano de 2008, fomos contemplados com o primeiro dos atuais três prêmios Klauss Vianna da Funarte. O projeto chamava-se ‘Bipolar’ e tratava das questões da temperatura na influência de corpo e, consequentemente, de uma sociedade. Foram quatro apresentações em Caxias do Sul e quatro em Salvador, sendo esta a primeira possibilidade da companhia levar o seu trabalho para além da Região Sul. Outra parte importante da nossa história foi no ano de 2009, onde fomos selecionados para o Rumos Vídeodança do Itaú Cultural. Além de poder levar nosso trabalho para São Paulo, tive a oportunidade de participar de um curso com um dos grandes nomes do gênero, a inglesa Miriam Pennel. Durante o próprio Itaú Cultural, deu-se início a produção de um novo vídeodança e ambos foram selecionados para o Dança em Foco, que levou os vídeos nomeados ‘Arvisível’ e ‘Excesso’ para mais de 15 países. Em 2012 recebi o prêmio de Coreógrafo Revelação do Festival de Dança de Joinville, que me proporcionou a ida para França para acompanhar a Bienal de Dança de Lyon (uma das principais bienais de dança do mundo). No Festival de Joinville de 2014, a companhia encerrou sua participação em concursos de dança, conquistando inúmeras premiações, todas elas de primeiro lugar. Neste mesmo ano, o festival selecionou a companhia para participar como convidada da primeira Mostra Estímulo de Dança. Abrimos a mostra e fomos um dos destaques, passando por mais uma peneira e sendo novamente selecionados, neste caso para dançar o mesmo trabalho no Teatro do Ibirapuera, em São Paulo, por meio de uma parceria entre Itaú Cultural e Festival de Joinville. Em 2014 e 2015 fomos novamente contemplados com o prêmio Klauss Vianna de Dança, da Funarte, sendo o trabalho ‘Centímetro’ como montagem e o trabalho ‘Gaudério’ para circulação neste ano de 2016.
 
Que marca o teu trabalho e a Cia. Matheus Brusa já vem deixando no cenário artístico nacional?

MB: Acredito que a Cia. tem algumas questões a acrescentar na dança brasileira, pois percebo a nossa pesquisa com trajetórias bastante peculiares, resultando em pesquisas com uma forte assinatura. Somos bem criteriosos em processos de pesquisa, elementos cênicos, trilha sonora específica, iluminação e corporeidade. Acredito que a companhia venha cumprindo importantes papéis pra dança no Brasil, no Rio Grande do Sul e em Caxias do Sul. Um deles foi enquanto participava de eventos competitivos quebrando com inúmeros paradigmas de configurações de dança contemporânea específicas para um evento ou outro, mostrando que é possível inserir diferentes estéticas e poéticas no ambiente competitivo de dança, ampliando assim as possibilidades de compreender inclusive o que pode vir a ser dança e o que é dança em si, assim como quais suas funções e que caminhos podemos perceber atualmente para ver um futuro nesta dança brasileira.
 
Cia. Matheus Brusa | 54 3222.5338
Av. Júlio de Castilhos, 108 (esquina do Colégio Madre Imilda)
Matheus Brusa | diretor | 54 9183.9102
Katherine Brusa | Produtora Cultural | 54 9102.0236
 


 
         
PROJETO ESTÍMULO SELECIONA ESTUDANTES
 
 Seleção acontece no dia 13 de março no Ballet Margô

A história daquele que viria a se tornar um dos projetos mais interessantes de incentivo à arte de Caxias do Sul começou em 2010, quando o Ballet Margô – tradicional escola de dança da cidade - selecionou 29 estudantes de escolas públicas para aprendizagem gratuita de dança. Naquele ano, eles participaram do espetáculo da escola intitulado “Bonecos – Sonhos e Memórias”. A intenção de oportunizar bolsas de estudo de dança deu tão certo que dois anos depois, em 2012, saía do papel o projeto cultural Estímulo, que chega a sua segunda edição.

Para participar da audição, que acontece no próximo dia 13 de março, às 14h na sede da escola de dança (Av. Júlio de Castilhos, 108 – esquina do Colégio Madre Imilda), é necessário apresentar documento de identificação, comprovante de matrícula em escola pública, roupa adequada, além de estar acompanhado de um responsável. Podem se inscrever crianças e adolescentes que têm entre oito e 14 anos de idade. Importante ressaltar que os selecionados deverão comprovar, ao longo das aulas de dança, o bom desempenho escolar.

“O primeiro fator interessante desse trabalho todo é o comprometimento. Eles têm e precisam ter responsabilidade, essencial no aprendizado da dança. Eles chegam com pouca experiência e surpreendem”, destaca Katherine Brusa, produtora cultural, diretora artística do Ballet Margô e idealizadora do projeto.

A exemplo do primeiro processo seletivo realizado há dois anos e que, coincidentemente, contemplou outros 29 estudantes, este também conta com recursos do Financiarte. Conforme Katherine, o Estímulo também tem o objetivo de instigar o aproveitamento artístico e cultural da cidade, estimulando a formação de público. “Desde o início, a experiência vem sendo ótima, pois novos talentos foram descobertos. As crianças e os adolescentes que continuam conosco estão aqui porque merecem”, diz.

Nesta nova etapa, o projeto vai oferecer 20 bolsas integrais e outras 10 parciais de aprendizagem gratuita nos estilos Balé Clássico, Contemporâneo e Hip Hop a estudantes matriculados em escolas públicas de Caxias do Sul. “A partir deste ano, criamos bolsas parciais porque precisamos verificar qual é, de fato, a condição financeira dos inscritos para contemplar com a bolsa integral aqueles que realmente não tem como arcar com nenhuma despesa”, esclarece a produtora cultural.
Além das aulas no Ballet Margô, o Estímulo também incentiva os bolsistas a participarem de atividades culturais da cidade, através de espetáculos, mostras e feiras de todos os gêneros artísticos.

OUTRAS INFORMAÇÕES
Ballet Margô | 54 3222.5338

Av. Júlio de Castilhos, 108 (esquina do Colégio Madre Imilda)
balletmargo@gmail.com
www.balletmargo.com.br
Katherine Brusa | Produtora Cultural
54 9102.0236
 
         
CELEBRAÇÃO AOS 80 ANOS DA FESTA DA UVA
 
Filme-documentário sobre os 80 anos da Festa da Uva
terá exibições gratuitas ao público

A cultura da uva foi de fundamental importância para o desenvolvimento econômico de Caxias do Sul. Em 1931, uma exposição discreta e elegante de uvas realizada na sede de um clube social da cidade celebrava a vindima e o trabalho dos agricultores. Oficialmente, a primeira Festa da Uva ocorreu em 1932 e foi considerado o primeiro grande evento do gênero no Rio Grande do Sul. Uma celebração que se tornou parte da própria história da cidade, do caxiense e, principalmente, da cultura ítalo brasileira.

Os detalhes de como a festa surgiu e se desenvolveu, os fatos mais importantes, as figuras proeminentes, as influências sociais, econômicas, políticas e culturais estão registradas no filme-documentário Festa da Uva 80 anos – A Celebração de uma Identidade. Lançado em 2014 e aproveitando a realização da Festa da Uva 2016, o filme terá três sessões gratuitas neste mês, na Sala de Cinema Ulysses Geremia, do Centro Municipal de Cultura Ordovás: no dia 24 (quarta-feira), às 20h e nos dias 27 e 28 (sábado e domingo), às 18h. “O interesse pela história da Festa da Uva vem de muito tempo. Gerou meu primeiro longa, Caxias do Sul Tradição e Inovação de um Povo, onde constatei a enorme importância deste evento para a cultura, para os costumes e para o desenvolvimento da cidade”, afirma o diretor Airton Soares, da CDI Filmes, de Porto Alegre, responsável pela produção.

O filme tem cerca de 84 minutos e conta a história da Festa da Uva por meio de imagens e fotografias de acervos pessoais e públicos, imagens produzidas nas edições da festa de 2010 e 2012, depoimentos de vários historiadores e pesquisadores da área como Cleodes Piazza Julio Ribeiro, Tânia Tonet e Véra Stedile Zattera, de jornalistas e empresários. Outras cenas foram gravadas em 2013 em Caxias do Sul e na Itália, em cidades como Gênova, Turim, Verona, Vicenza e Milão.

Conforme o diretor, o longa-metragem traz detalhes de como ocorreu o processo de imigração italiana em Caxias. “Mostramos os desafios, as histórias, a chegada dos imigrantes ao Brasil, o surgimento de uma festa, a interrupção durante a Segunda Guerra Mundial, o retorno nos anos 50 e sua nova dimensão e importância, as perspectivas nas décadas de 70 e 80, as mudanças nos anos 2000 e a edição de uma nova era da festa a partir de 2012”, acrescenta.

Assim, Festa da Uva 80 anos – A Celebração de uma Identidade é uma viagem ao passado e um passeio pela fase atual do evento e sua relação com o turismo, a gastronomia e a economia do município, do Estado e do País.
 
LACO & EDSON RESGATAM REPERTÓRIO DE SUCESSO EM CD
 

Quem frequentou a noite caxiense e da região no final da década de 80 e pelos anos 90 certamente vai se lembrar de uma dupla de músicos que atraía muita gente. Aliás, eles não embalavam apenas o público dos bares da Serra gaúcha, mas também de todo Estado. Em Caxias, lugares que deixaram saudade como Cave, Vôo Livre, Ponto de Vista, Coisa de Cinema e Bukus, recebiam os shows de Laco e Edson.

Com um vocal excepcional, simpatia e carisma, não é exagero nenhum afirmar que eles deixavam as festas mais animadas, enfrentando o eterno dilema de finalizar as apresentações porque estavam sempre diante de uma plateia insistente no “mais um” e na pergunta: “E o CD de vocês, cadê?” Por uma série de razões, incluindo a liberação de direitos autorais, já que a dupla consagrou-se na interpretação de grandes sucessos nacionais como “Espanhola” (Flávio Venturini), “Léo e Bia” (Oswaldo Montenegro) e “Ovelha Negra” (Rita Lee), Laco e Edson não conseguiram gravar um CD naquela época.

A boa notícia é que agora, passados mais de 20 anos desde que eles começaram a tocar nos bares, o primeiro disco está pronto para ser ouvido. Gravado com recursos do Financiarte, “Laco & Edson” tem 14 faixas, sendo três autorais e 11 regravações da MPB tocadas por eles. Através de um convênio que a Gravadora Vertical tem firmado com várias editoras, foi possível obter-se a liberação dos direitos autorais das músicas do CD. “Ficamos muito contentes com este registro, porque o repertório inclui canções que tocávamos nos bares. Então é um trabalho que vem mesmo para relembrar e resgatar momentos muito bacanas que ficaram na memória de todos”, comenta Edson Fulber.

Laco e Edson se conheceram em Canoas e tocaram juntos durante 11 anos ininterruptos. “Fizemos muitos shows no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Paraná e até em São Paulo”, relembra Edson. A qualidade vocal da dupla e a presença de músicos de alto nível prometem fazer deste um dos melhores discos produzidos em Caxias do Sul. E sim, está nos planos fazer um show especial de lançamento do CD em Caxias do Sul, ainda sem data definida.

Repertório do CD “Laco & Edson”

Lua e Flor (Oswaldo Montenegro)
Dona (Sá e Guarabyra)
Léo e Bia (Oswaldo Montenegro)
Casa no Campo (Tavito e Zé Rodrix)
Romaria (Renato Teixeira)
Ovelha Negra (Rita Lee)
Espanhola (Flávio Venturini)
Canção da Meia-noite (Zé Flávio)
Vento Negro (Fogaça)
Sonífera Ilha (Ciro Pessoa/Toni Belotto/Branco Mello/Marcelo Froner/Carlos Barmak)
O Último Romântico (Lulu Santos/Antônio Cícero/Sérgio de Souza)
Enganos (Laco Bassualdi/Samuel Sodré/Edson Fulber)
Caminhos (Samuel Sodré)
Contos de Amor (Laco Bassualdi e Gerson Manganelli)


 
ESCULTURA 'BEATRIZ DE DANTE' FICARÁ NA PRAÇA CENTRAL DE CAXIAS
 
É muito provável que todos os moradores de Caxias do Sul (ou pelo menos grande parte deles) saibam que Dante Alighieri dá nome a principal praça da cidade. Mas nem todos que circulam pelo local conhecem a história do poeta italiano e de seu amor platônico, retratado no livro que tem o sugestivo nome de Vida Nova, justamente por ter sido escrito após a morte prematura da amada. Beatrice Portinari (1266-1290) foi, segundo alguns críticos literários, a figura histórica que inspirou a personagem Beatriz de Dante e o poema sagrado A Divina Comédia.

Para reavivar a memória do autor na população caxiense, a escultora Dilva Conte, 84 anos, decidiu inscrever um projeto cultural que pudesse tornar realidade sua admiração pela musa de Dante. Ela recorda que encantou-se pela obra Divina Comédia ainda na infância. “Um sócio do meu pai andava com um exemplar em italiano pra lá e pra cá. Não lembro direito como o livro chegou até mim, mas não esqueço que fiquei encantada porque era todo escrito em italiano. Quando eu li, anos depois, me apaixonei pela história toda”, conta.

Dona Dilva começou a esculpir “Beatriz de Dante” em 2013, com recursos do Financiarte. Agora ela terá a alegria de entregá-la à comunidade de sua terra natal, mais de 100 anos depois da mesma praça receber o busto de Dante, em 15 de novembro de 1914. A escultura em bronze será inaugurada no dia 10 de novembro, em solenidade a ser realizada, claro, na praça central de Caxias do Sul, a partir das 18h30.

A obra, que está sendo finalizada em Porto Alegre, terá o tamanho de uma pessoa de estatura alta. Interessante também é a posição dela: “Beatriz” ficará sentada num banco, como se estivesse contemplando a cidade e no campo de visão de Dante. “Esta é uma obra muito importante para a cidade e também uma forma de homenagear a minha mãe, que era italiana de nascença e todas as mulheres imigrantes italianas”, diz a artista caxiense.

SOBRE DILVA CONTE | Natural de Forqueta, interior de Caxias do Sul, Dilva Conte teve o primeiro contato com as artes plásticas na década de 40, quando fez curso de pintura com a irmã Louise Angel, no Colégio São José. Nos 50 anos seguintes, ela trabalhou com crochê, bordado, vitraux, artesanato em flores, escultura em cobre e pintura em porcelana. Aos 64 anos de idade, em 1995, iniciou o curso de Escultura e História da Arte na UCS, dentro do programa Universidade da Terceira Idade, onde descobriu sua grande paixão na área da escultura: o retratismo. A artista passou a desenvolver seu talento na escultura com mestres como Mayta Pasa, Bez Batti e Zita Zardo Pizzolato. Em Porto Alegre, se aperfeiçoou com os escultores Xico Stockinger e Bernadete Conte. Certa vez, dona Dilva confessou: “Sinto-me em outra dimensão ao trabalhar a argila, dedicando-me, com esforço, plenamente à obra”. Já esculpiu personalidades como os bustos “Tereza de Calcutá”, em pó de mármore e “Papa João Paulo II”, em resina, e as faces “Bruno Segalla” e “Bez Batti”, em argila. Dilva Conte tem carinho por todas as suas obras, mas a mais importante para ela é a “Acolhida”, criada em comemoração aos 90 anos de fundação do Hospital Pompéia, onde está exposta, na recepção. 
 
         
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